domingo, 24 de abril de 2016

Beth Thomas: a criança psicopata

A infância é o período mais delicado de nossas vidas. Como se sabe, é época do desenvolvimento de nossa personalidade, de nossas capacidades e habilidades e de nossos sentimentos.
É a época em que é possível “moldar” o ser humano e mostrá-lo a direção a ser seguida. Percebemos o quanto é uma fase importante quando pensamos em algum medo que possamos ter.

Por exemplo, se uma criança está com sua mãe e uma barata passa por elas, e a mãe grita de medo, acaba transferindo esse medo ao filho. Se a criança estivesse sozinha, provavelmente até teria curiosidade pela barata. Isso ocorre porque nossos medos e receios também são construídos nessa época.
E se somos tão vulneráveis e influenciáveis nessa época, o que ocorre em casos mais extremos como o abuso sexual? Nestes casos, chega a ser imensurável o trauma e as consequências que surgirão.

O caso de Beth

O caso de Elizabeth Thomas começa com a adoção de uma linda menina de olhos azuis, de dois anos e seu irmão, Jonathan, de sete meses.  O casal Nancy e Tim Thomas não podia ter filhos e, em 1984, resolve realizar esse sonho adotando as duas crianças.
Já nos primeiros dias no novo lar, a menina Beth não aparenta estar feliz. É uma menina introvertida e irritadiça e nada parece agradá-la. A menina começa a se demonstrar violenta conforme os meses passam e uma série de eventos faz sua nova família ficar assustada.
Utilizando agulhas, Beth perfura o cachorro da família várias vezes. Depois descobre novas agulhas e também perfura o irmão. Ao longo dos dias, a família descobre que ela vinha matando filhotes de pássaros, também.
Na escola, Beth também se comporta com violência, machucando sem piedade os seus colegas. A violência também era direcionada aos pais e cada vez mais ao irmão pequeno, chegando a tentar esfaqueá-lo.
Além de tudo, Beth se masturbava sem parar de forma violenta. As ações da menina estavam tão extremas, que os pais resolveram trancá-la no quarto em alguns momentos do dia.
Há relatos de que, quando teve oportunidade, Beth tentou incendiar a casa. O que mais intrigava e assustava aos pais era a neutralidade e falta de empatia com as quais a menina praticava os atos.

Os motivos de seu comportamento

Em 1989, não sabendo mais o que fazer, Nancy e Tim levam a menina a uma clínica psicológica. Lá, após muitos exames e análises, os especialistas chegam à conclusão de que Beth tem um transtorno psicológico denominado Transtorno do Apego Reativo.
Esse transtorno acomete vítimas de maus tratos e, até mesmo, abuso sexual, aparece na infância e os sintomas característicos eram exatamente os que Beth apresentava: incapacidade de aceitar e demonstrar afeto, incapacidade de criar vínculos e ter algum tipo de compreensão e consideração, mesmo pela família.
Quando Beth e Tim adotaram as crianças, não haviam sido informados sobre seu passado. Apenas sabiam que os verdadeiros pais das crianças haviam falecido. Com o diagnóstico da filha, buscaram entender o que havia desencadeado tal comportamento.
Eles descobrem, então, que a mãe das crianças havia falecido durante o parto de Jonathan e que eles foram morar apenas com o pai. Na verdade, o homem não podia ser considerado pai, porque ele abusava sexualmente de seus filhos: do bebê de meses de vida e de Beth, então com um ano.
Diz-se que os abusos perduraram por sete meses. O homem foi descoberto através de um site da internet, onde postava fotos dos feitos monstruosos com as crianças. Foi preso, então, e as crianças foram para o orfanato.

Atualmente

Os pais internam a menina numa clínica para crianças que sofrem de desordens mentais e um longo tratamento é iniciado para tentar desfazer o trauma que a criança havia sofrido. Obviamente, se sabe que seu transtorno não pode ser curado. Hoje dizem que ela vive melhor. Beth conseguiu estudar e se formou em enfermagem e também trabalha ajudando vítimas que, assim como ela, sofreram de abuso sexual.
Apesar das versões contadas sobre a vida atual de Beth Thomas serem positivas, ninguém pode saber como ela realmente se sente. Seu caso e o de milhões de pessoas espalhados pelo mundo devem ser um incentivo a olharmos para a criação de nossos filhos.
Também é um convite para não termos receio de denunciar qualquer problema que está a nossa frente. A infância pode proporcionar uma vida feliz a uma pessoa, mas também pode acabar com ela.

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